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Os Robos e o Império

Aqui estou eu dezenove anos depois da prmeira leitura tendo uma nova visão desta obra prima de Isaac Asimov. É incrível como os anos nos amadurece intelectualmente.

Nesta obra, já começando pelo título, Asimov explicitamente quer deixar claro que irá unir os universos da Fundação e dos Robos. No livro anterior, Os Robos do Amanhecer, ele transformou o herói Elijah Baley em um homem, e agora este homem se torna uma lenda.

Vejo neste livro um lado profundo do Asimov concernente a sociologia e psicologia. A profundida da psique humana é analisada pelo ponto de vista dos robos. Há a especulação de existir leis análogas das três leis da robótica para os humanos. Os dilemas referente à humanidade é analisada, sem sucesso por Daneel e Giskard.

Até que ponto os interesses da humanidade podem ser mais importantes que a de um único indivíduo e vise-versa?

Além de uma excelente novela de ficção científica é também um convite à mais profunda análise introspectiva de nossa natureza humana.

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Imaginários Volume 1

Quando meu exemplar de Imaginários Volume 1 chegou, devo confessar que fiquei um pouco decepcionado com o tamanho do livro. À primeira vista era apenas um livreto, mas quando a leitura começou lembrei da frase que diz que nos pequenos frascos estão os melhores perfumes.

Coleira do Amor (Gerson Lodi-Ribeiro)
Muito boa narrativa com a visão de um futuro interessante, principalmente com os avanços na área da biogenética e nanorobótica. A relação com as emoções humanas é tratada de forma um tanto quanto artificiais.

Eu, a sogra (Giulia Moon)
Conto muito agradável de se ler, principalmente pela prosa descontraída da autora. Com humor na dose certa a figura da Sogra Bruxa é retratada de forma literal, insinuando muitos aspectos da nossa realidade. O melhor é a modernização dos antigos feitiços.

Veio... novamente (Jorge Luiz Calife)
Mesmo com uma boa narrativa este conto não apresenta nenhum tema novo, mas muito pelo contrário, algo extremamente batido. Também não apresenta nenhuma reviravolta que possa surpreender o leitor.

A Encruzilhada (Ana Lúcia Merege)
O conto traz uma mitologia interessante e bem apresentada, pecando apenas em ter um desfecho previsivel. O ponto positivo é que faz com que o leitor queira uma continuação.

Por toda a Eternidade (Carlos Orsi)
A primeira metade do conto não prende muito a atenção, mas o final surpreende com a utilização de princípios de física teórica. Muito bom.

Twist in my sobriety (Flávio Medeiros)
O texto é bem produzido, criando uma realidade interessante com a presença de alienígenas originais. A trama é bem elaborada mas no início o andamento da história é quebrada por uma longa explicação sobre a situação do planeta, que poderia ter sido diluída no decorrer dos acontecimentos.

Um toque do real: óleo sobre tela (Roberto de Sousa Causo)
Uma ótima caracterização dos sonhos e traumas convertidos para o elemento de uma tela artística. O jogo de palavras e expressões unindo a arte de um pintor e as nuances de sentimentos é feito com maestria. O termo “arranha-céu” foi usado indevidamente, visto não existir nenhum arranha-céu na avenida paulista, mas sim prédios altos.

Alma (Osíris Reis)
A trama podemos dizer que até é interessante mas a descrição de toda a situação e dos seres alienígenas fez com que o andamento da narrativa se perdesse. Ainda estou pensando no que vem a ser as três pálpebras.

Contingência, ou Tô pouco ligando (Martha Argel)
Conto muito bom com narrativa simples e direta. Mesmo em alguns momentos utilizando termos técnicos (que não atrapalhou em nada), a autora demonstrou domínio em toda a estrutura do texto e, deixando de lado qualquer política ideologicamente correta, finaliza de forma excelente.

Tensão Superficial (Davi M. Gonzales)
Interessante é a palavra que melhor descreve o conto. A pequena trama prende bem a atenção e o final podemos dizer que é bom

Planeta Incorruptível (Richard Diegues)
Na minha modesta opinião, e longe de almejar qualquer esfera de crítica literária, este é o melhor conto da coletânea. A narrativa e o enrredo são completamente “viciantes”, nos prendendo até a última linha. Todos os detalhes são explicados de forma simples, mas não perdendo a profundidade. Toda informação para o entendimento foi colocada na medida certa e também deixando espaço para interpretação pessoal de alguns elementos.

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Os Robos do Amanhecer

Mais uma releitura após quase duas décadas. Neste livro Asimov torna o detetive Elijah Baley um pouco mais humano, mostrando um lado não explorado nos livros anteriores. Além de explorar o lado masculino deste herói, vemos através da personagem Gladia os resultados negativos de uma sociedade individualista sobre um ser humano. Claramente é discutido a polêmica sobre os preconceitos raciais, e muitas vezes os que se consideram discriminados são os que no íntimo germinam um peconceito ainda maior. Além da individualidade de um terráqueo e de uma espacial, ambos rejeitados pelas sociedades modernas, o universo das massas galáticas é ampliado grandemente nesta novela. Os primeiros indícios dos alicerces da série Fundação são pincelados levemente.

Além de explorar o íntimo do ser humano, a relação homem/máquina é mostrada explicitamente nos fazendo refletir sobre nossa própria época de desenvolvimento e todas as facilidades tecnológicas que temos. Um excelente convite à ponderação concernente a humanidade que cada um temos e que muitas vezes se esconde nas cortinas da nova era.