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Everyday Greatness

Seleções foi e sempre continuará sendo uma referência mundial de literatura inspiradora através de gerações. Esta coletânea é fantástica e diferentemente de outros livros pode ser consultada por temática. As histórias aqui selecionadas nos permite ponderar sobre a vida e nos desperta o desejo de sermos melhores.

Percebo que os textos selecionados para este livro não foram colocados apenas como um produto a ser vendido e sim para que cada ser humano estabeleça e viva com os mais altos padrões de princípios inerentes à divindidade do ser humano.

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Os Trabalhadores do Mar

Este é o primeiro livro de Victor Hugo que leio, e com certeza não será o último.

O estilo de leitura é bem diferente do que estou acostumado, onde exigiu um pouco mais de atenção e ponderação sobre o texto.

Gostei muito do foco que o autor dá à importância do trabalho duro e dedicação, mostrando os perigos e recompensas, assim como as alegrias e frustações que permeiam nosso cotidiano. Também mostra de forma introspecta os sentimentos amorosos não correspondidos, onde o protagonista é explicitado com maestria.

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Crônicas do Mundo Emerso 3 - O Talismã do Poder


Neste último livro da trilogia creio que a autora se perdeu um pouco. Ao contrário do livro anterior este perdeu completamente o rítmo. Não quero dizer com isto que o livro é ruim mas que uma boa quantidade de páginas é dispensável.

Enquanto estava lendo o livro resolvi navegar pelo site da autora, muito bom por sinal. Mas qual não foi minha surpresa ao ler um link que infelizmente revelou uma grande e inesperada surpresa que iria se dar ao longo da história. Um erro terrível. Não estou dizendo que cliquei no link e depois li uma página do site. O próprio link, com apenas quatro palavras, estragou tudo. Assim vai um conselho a quem irá ler a trilogia: não naveguem pelo site da Licia Trosi a não ser que desejam antecipar grandes revelações da trama.

A grande, cansativa e tediosa missão da protagonista Nihal também o é para o leitor. Tirando as 50 páginas finais, toda a missão foi transmitida de uma forma minuciosa demais, fazendo a trama se tornar muito tediosa e repetitiva.

O alto nível do vocabulário continua e a precisão dos ambientes é uma grande atrativo.

Deixando de lado a parte que não me agradou posso dizer que o desfecho da história compensou. Eu temia um final clichê e altamente previsível. Mas não foi o caso. As grandes revelações e principalmente a mensagem transmitida valem cada palavra das 418 páginas. Ficamos conhecendo profundamente cada personagem. A autora nos coloca em um nível onde podemos refletir muito sobre nosso próprio mundo e reavaliar as pré concebidas definições do bem e do mal.

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Crônicas do Mundo Emerso 2 - A Missão de Senar

Este segundo volume é impressionante. Como comentei sobre o volume um, a linguagem é altamente refinada. Nesta parte da aventura ficamos conhecendo profundamente os protagonistas Nihal e Senar. Os conflitos internos e todo o lado "humano" são explorados de forma primorosa. As aventuras e novos cenários são originais e cativantes. As sequências de ação, principalmente as de batalha, nos transportam de forma precisa.

Algo que estraga muito as surpresas são os títulos dos capítulos, que de uma forma ou de outra acabam antecipando o desfecho do que poderia ser uma total surpresa. Infelizmente você adentra alguns capítulos sabendo de antemão o que irá acontecer. Uma pena.

Novamente digo que é um livro que não acaba em si. Na minha opinião não se trata de uma trilogia mas sim um livro grande dividido em três partes.

De uma forma geral este volume é muito superior ao primeiro, visto que o anterior traçou as bases para as aventuras deste volume.

Não tirando o mérito desta obra excelente vemos no final, com algumas descobertas importantes para a sequência no volume três, um grande e batido clichê.

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Crônicas do Mundo Emerso 1 - A Garota da Terra do Vento

O livro como um todo é muito bom. A primeira terça parte da trama está recheada de clichês sobre este tipo de literatura, mas depois melhora muito com a originalidade se sobrepondo. Não me agrada muito ler sobre treinos com espadas de verdade (se é um treino haverá erros, já pensou errar um golpe com espada afiada?), a protagonista se apaixonando pelo cavaleiro perfeito, o vilão que era do bem e virou a casaca, etc. Ainda bem que tudo isto é deixado de lado por completo na segunda metade do livro.

O vacabulário e o estilo literário são altamente refinados, me forçando várias vezes a requerer ajuda de um dicionário. Infelizmente no meio de tão requintada literatura temos que ler algo assim: ... o regato que gorgolejava alegre entre as pedras nevadas. Sem comentários.

A autora explora de forma precisa a personalidade dos personagens, principalmente a da protagonista.

Um ponto negativo é que o livro não “termina” e sim pede a continuação nas sequências. Na minha opinião uma trilogia deve ter seus livros independentes mas que no todo formam um cenário e trama mais completos.

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Paradigmas 1

MAI-NI Expressas (Richard Diegues)
Conto muito bom. O cenário é extremamente bem retratado. A trama é passada através de uma narrativa com rítimo intenso. Todos os detalhes deste ambiente criado é transmitido com precisão nos parágrafos entre os diálogos. Gostei bastante.

Vento, Seu Fôlego. O Mundo, Seu Coração (Jacques Barcia)
O ambiente e a trama são extremamentes exóticos e bizarros. A narrativa é boa e o rítimo tenso. Apenas senti que a visualização ficou difícil.

Um Forte Desejo (M. D. Amado)
Parei a leitura. Este tipo de conto, envolvendo situações sexuais, não se enquadra em meus princípios. Não gosto deste tipo de leitura.

O Mendigo e o Dragão (Bruno Cobbi)
Conto muito bem bolado. A trama é narrada de uma forma bem dinâmica, com suspense na dose certa e ação não exagerada. A idéia central é extremamente original. Na minha opinião a grande falha foi revelar de antemão a figura do Dragão. Tanto o título como a mini-introdução fazem a expectativa do aparecimento do dragão estragar a grande “cartada” do final. Infelizmente a surpresa do final não aconteceu de forma marcante devido a antecipação do que estava por vir.

Una (Roberta Nunes)
Uma leitura agradável. Com uma narrativa descontraída e precisão para descrever o cenário e princialmente as formas de vida diferente é possível realmente “ver” a história. A idéia original provavelmente não tem precedentes. A única coisa que não gostei, e isto não desmerece de forma alguma o conto e sim tem relação com minhas crenças pessoais, é um leve toque de desreipeito com a divindade de Deus.

Fogo de Artifício (Eric Novello)
Parei a leitura. Este tipo de conto, envolvendo situações sexuais, não se enquadra em meus princípios. Não gosto deste tipo de leitura. O conto estava indo bem até quase o final.

Aqui há Monstros (Camila Fernandes)
A primeira parte do conto é meio massante. Mas lá pelo meio a trama toma um rumo interessante e se torna muito agradável. Um conto triste e relativamente bem escrito.

Sinfonia para Narciso (Cristina Lasaitis)
Desde que soube do livro Fábulas do Tempo e da Eternidade da autora é estou querendo ler algo da Cristina. A maneira como ela conduz a trama do conto é marcante. Com uma linguagem requintada consegue transmitir a tensão e cenário de forma precisa. O conto é muito bom mas pessoalmente não gostei do final.

A lenda do Homem de Palha (Leonardo Pezzella Vieira)
Este na minha opinião é de longe o melhor conto da coletânea. Com narrativa descontraída mas ao mesmo tempo precisa, o autor consegue levar o leitor gradativamente ao ápice da história. Todo o suspense e tensão foram perfeitos. Muito bom.

A Teoria na Prática (Romeu Martins)
Gostei da trama criada. Conto interessante

O Combate (Maria Helena Bandeira)
Mesmo com uma narrativa boa a história não convenceu muito. Alguns elementos ficaram dispersos e sem foco.

O Templo do Amor (Ana Cristina Rodrigues)
A maneira como a autora transmitiu a personalidade e conflitos dos personagens foi excelente. O cenário é muito bem retratado e o final nos faz refletir sobre os princípios pessoais de cada um.

Madalena (Osíris Reis)
Quando li a mini introdução confesso que quase não comecei a ler o conto. Isto devido ao fato do autor ter desvirtuado o papel da mulher fazendo-o de forma generalizado. Como se diz por aí “ele foi infeliz” ao escrever a introdução. Mas me aventurei e percebi que o conto é muito bom, mas infelizmente foi corrompido pela introdução. A narrativa é muito boa e toda a trama muito bem traçada. A descrição da criatura é o ponto alto do conto.

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Portal Fundação

Veja seu Futuro (Ataíde Tartari)
Uma história simplista, mas mesmo com um tema já “batido” a reviravolta do final faz com que seja um conto interessante.

Cheiro de Predador (Roberto de Sousa Causo)
Mesmo sendo um conto bem escrito e com a capacidade de prender o leitor até o final, creio que faltou algo com relação à protagonista.

Estranho Progresso (Richard Diegues)
Achei a narrativa cansativa e o mundo surreal criado, de difícil visualização mental.

A Cor da Tempestade (Mustafá Ali kanso)
Todo o universo criado é bem retratado com uma narrativa descontraída. O conto seria melhor se o desfecho não tivesse caído nas garras de um clichê.

Nuvem de Cães-Cavalos (Luiz Bras)
Cenário bem transmitido e narrativa muito boa, explorando as profundezas psíquicas do ser humano.

O Desenvolvimento Insustentável do Ser (Laura Fuentes)
Os trechos divisórios do conto por si só são interessantes, mas talvez por falta de percepção não consegui entender uma ligação entre eles.

Animmalia (Giulia Moon & Roberto Melfra)
Texto interessante com elementos futurístico em boa dose. A simples trama tem um desfecho bom.

Habeas Mentem (Ricardo Delfin)
A idéia em si é até interessante mas a narrativa saiu um tanto quanto “atropelada” e todos os incidentes e ações foram muito simplistas.


Sob as Sete Luas de Sirena (Luiz Roberto Guedes)
Na tentativa de descrever o exótico cenário creio que o autor se perdeu ao querer “criar demais”. Tenta fazer comparações citando comparativos também criados. Não existe uma trama definida e o final é estranho

O Guarda-Mor, a Urutu Dourada e o Disco Voador (Martha Argel)
Com uma narrativa muito descontraída e dose certa de humor este conto é extremamente agradável de se ler. Muito bom.

A Pescaria (Maria Helena Bandeira)
Conto muito difícil de se entender. Bem trabalhado mas com visâo muito pessoal do autor. Talvez uma analogia com o sitema himunológico humano.

Até eu acabar este cigarro (Maria Helena Bandeira)
Interessante visão da criação da humanidade. Texto bem surreal

Nas Montanhas da Irlanda e aqui também (Maria Helena Bandeira)
Mais um conto que leva a imaginação longe. Não tendo um parâmetro com nossa realidade, deixa espaço para pensar no que quiser.

Parállaxis (Maria Helena Bandeira)
Que viagem!

Opções Imperfeitas (Maria Helena Bandeira)
Muito bizarro

Sol Velho (Maria Helena Bandeira)
Cenário exótico, para não dizer bizarro novamente, a tensão da trama não se explica totalmente.

Deslocalidade (Marco Antônio de Araújo Bueno)
Interessante.

Eu? (Marco Antônio de Araújo Bueno)
Introspecção? Gostaria de saber onde foi parar a Ficção Científica

O Preto (Marco Antônio de Araújo Bueno)
Gostei do conto. Visão futurística ou de outro plano.

Índex (Rodrigo Novaes de Almeida)
Parei a leitura. Além de tal tipo de linguajar não se enquadrar em meus princípios, não gosto deste tipo de leitura.

Corpo Seco (Leandro Leite Leocadio)
Prosa poética com tom de terror. Valeu a tentativa.

O Cérebro (Leandro Leite Leocadio)
Gostei deste conto. Pequeno e interessante.

O Homem que Parava o Tempo (Leandro Leite Leocadio)
Um conto muito divertido e agradável de se ler. Uma visão interessante sobre o tempo linear.

Sésamo, Bananas & Kung-fu (Brontops Baruq)
Gostei. Boa visão sobre os problemas que um teletransporte pessoal causaria. Perfeito a citação de “mosca de cabeça branca”.

Hipocampo (Brontops Baruq)
Parei a leitura. Além de tal tipo de linguajar não se enquadrar em meus princípios, não gosto deste tipo de leitura.

História com Desenho e Diálogo (Brontops Baruq)
Excelente conto sobre invasão alienígena. Tem-se a impressão de uma descoberta arqueológica.

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Os Robos e o Império

Aqui estou eu dezenove anos depois da prmeira leitura tendo uma nova visão desta obra prima de Isaac Asimov. É incrível como os anos nos amadurece intelectualmente.

Nesta obra, já começando pelo título, Asimov explicitamente quer deixar claro que irá unir os universos da Fundação e dos Robos. No livro anterior, Os Robos do Amanhecer, ele transformou o herói Elijah Baley em um homem, e agora este homem se torna uma lenda.

Vejo neste livro um lado profundo do Asimov concernente a sociologia e psicologia. A profundida da psique humana é analisada pelo ponto de vista dos robos. Há a especulação de existir leis análogas das três leis da robótica para os humanos. Os dilemas referente à humanidade é analisada, sem sucesso por Daneel e Giskard.

Até que ponto os interesses da humanidade podem ser mais importantes que a de um único indivíduo e vise-versa?

Além de uma excelente novela de ficção científica é também um convite à mais profunda análise introspectiva de nossa natureza humana.

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Imaginários Volume 1

Quando meu exemplar de Imaginários Volume 1 chegou, devo confessar que fiquei um pouco decepcionado com o tamanho do livro. À primeira vista era apenas um livreto, mas quando a leitura começou lembrei da frase que diz que nos pequenos frascos estão os melhores perfumes.

Coleira do Amor (Gerson Lodi-Ribeiro)
Muito boa narrativa com a visão de um futuro interessante, principalmente com os avanços na área da biogenética e nanorobótica. A relação com as emoções humanas é tratada de forma um tanto quanto artificiais.

Eu, a sogra (Giulia Moon)
Conto muito agradável de se ler, principalmente pela prosa descontraída da autora. Com humor na dose certa a figura da Sogra Bruxa é retratada de forma literal, insinuando muitos aspectos da nossa realidade. O melhor é a modernização dos antigos feitiços.

Veio... novamente (Jorge Luiz Calife)
Mesmo com uma boa narrativa este conto não apresenta nenhum tema novo, mas muito pelo contrário, algo extremamente batido. Também não apresenta nenhuma reviravolta que possa surpreender o leitor.

A Encruzilhada (Ana Lúcia Merege)
O conto traz uma mitologia interessante e bem apresentada, pecando apenas em ter um desfecho previsivel. O ponto positivo é que faz com que o leitor queira uma continuação.

Por toda a Eternidade (Carlos Orsi)
A primeira metade do conto não prende muito a atenção, mas o final surpreende com a utilização de princípios de física teórica. Muito bom.

Twist in my sobriety (Flávio Medeiros)
O texto é bem produzido, criando uma realidade interessante com a presença de alienígenas originais. A trama é bem elaborada mas no início o andamento da história é quebrada por uma longa explicação sobre a situação do planeta, que poderia ter sido diluída no decorrer dos acontecimentos.

Um toque do real: óleo sobre tela (Roberto de Sousa Causo)
Uma ótima caracterização dos sonhos e traumas convertidos para o elemento de uma tela artística. O jogo de palavras e expressões unindo a arte de um pintor e as nuances de sentimentos é feito com maestria. O termo “arranha-céu” foi usado indevidamente, visto não existir nenhum arranha-céu na avenida paulista, mas sim prédios altos.

Alma (Osíris Reis)
A trama podemos dizer que até é interessante mas a descrição de toda a situação e dos seres alienígenas fez com que o andamento da narrativa se perdesse. Ainda estou pensando no que vem a ser as três pálpebras.

Contingência, ou Tô pouco ligando (Martha Argel)
Conto muito bom com narrativa simples e direta. Mesmo em alguns momentos utilizando termos técnicos (que não atrapalhou em nada), a autora demonstrou domínio em toda a estrutura do texto e, deixando de lado qualquer política ideologicamente correta, finaliza de forma excelente.

Tensão Superficial (Davi M. Gonzales)
Interessante é a palavra que melhor descreve o conto. A pequena trama prende bem a atenção e o final podemos dizer que é bom

Planeta Incorruptível (Richard Diegues)
Na minha modesta opinião, e longe de almejar qualquer esfera de crítica literária, este é o melhor conto da coletânea. A narrativa e o enrredo são completamente “viciantes”, nos prendendo até a última linha. Todos os detalhes são explicados de forma simples, mas não perdendo a profundidade. Toda informação para o entendimento foi colocada na medida certa e também deixando espaço para interpretação pessoal de alguns elementos.

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Os Robos do Amanhecer

Mais uma releitura após quase duas décadas. Neste livro Asimov torna o detetive Elijah Baley um pouco mais humano, mostrando um lado não explorado nos livros anteriores. Além de explorar o lado masculino deste herói, vemos através da personagem Gladia os resultados negativos de uma sociedade individualista sobre um ser humano. Claramente é discutido a polêmica sobre os preconceitos raciais, e muitas vezes os que se consideram discriminados são os que no íntimo germinam um peconceito ainda maior. Além da individualidade de um terráqueo e de uma espacial, ambos rejeitados pelas sociedades modernas, o universo das massas galáticas é ampliado grandemente nesta novela. Os primeiros indícios dos alicerces da série Fundação são pincelados levemente.

Além de explorar o íntimo do ser humano, a relação homem/máquina é mostrada explicitamente nos fazendo refletir sobre nossa própria época de desenvolvimento e todas as facilidades tecnológicas que temos. Um excelente convite à ponderação concernente a humanidade que cada um temos e que muitas vezes se esconde nas cortinas da nova era.

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Os Robos (The Naked Sun) - Isaac Asimov

Acabei a segunda leitura deste livro sendo que a primeira ocorreu em 1991. Mais uma aventura de Elijah Baley, agora no planeta Solaria.

O que eu gostaria de focar em minha análise é sobre a sociedade Solariana que Asimov criou, e assim como ele, traçar um paralelo com nossa sociedade atual.

Os solarianos desenvolveram uma sociedade totalmente individualista e completamente privada. Estabeleceram como população ideal para todo o planeta apenas 20 mil pessoas, sendo que cada uma possui em média 10 mil robos a seu dispor. As grandes porções de terra foram divididas entre seus habitantes e desta forma fizeram com que os contatos pessoais, face a face, se tornassem totalmente desnecessários e uma prática repugnante. Todo o contato é feito por "telepresença". Todo o trabalho considerado desnecessário foi delegado aos robos. Os nascimentos são encomendas supervisionadas e não ocorrem mais de forma natural. Cada indivíduo se orgalha em ser o melhor em sua especialidade, e não podia ser diferente já  que é o único na especialidade.

Com este cenário os solarianos se tornaram orgulhosos, prepotentes e racistas no que refere a sua pseudo superioridade. Com isto em mente fico a pensar o quanto nos tornamos semelhantes aos solarianos com algumas de nossas atitudes dos tempos modernos, agora que estamos pra terminar a primeira década do século XXI. Não quero aqui ser específico mas sim levantar o interesse em cada um de poder ver o que temos de semelhança com os solarianos e assim poder melhorar. Não quero também dizer que as ferramentas que temos hoje, sejam elas quais forem, e as facilidades tecnológicas são boas ou ruins e sim apenas despertar a consciência sobre o que estamos nos tornando com a globallização e a reclusão individual.

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O Livro de Mórmon

Já li este livro 35 vezes (3 vezes em inglês, 1 em espanhol e 32 em português) e acabei minha última leitura em dezembro de 2009. Antes de falar um pouco sobre ele tenho algo importante a dizer: Este livro contém a palavra de Deus, e não importa o que o mundo tem a dizer a respeito, eu sei que ele é verdadeiro e que pode ajudar muita gente a conhecer a verdade sobre Jesus Cristo e sua sagrada missão. Junto com a Bíblia, é um outro testamento que testifica da divindade do Filho de Deus.

Além de ser um épico fantástico, digno de uma grande produção cinematográfica de Hollywood, é também uma fonte histórica sobre os antigos povos das américas. As descobertas arqueológicas vem confirmar a cada dia a veracidade do conteúdo deste livro. Lendo os diários de Joseph Smith, e vendo seu pobre estilo gramatical, percebo o quão impossível para ele era escrever o Livro de Mórmon. De fato ele o traduziu, e eu sei que isto ocorreu desta forma.

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Caça aos Robos (The Caves of Steel) - Issac Asimov

A primeira vez que li este livro foi em 1992 e terminei agora minha segunda leitura.

Da primeira vez não percebi o que Asimov estava realmente querendo dizer. Eu via apenas uma história policial em um mundo fantástico criado por este gênio, tendo como base as leis da robótica, mas hoje vejo que o conteúdo é muito... muito mais que isto.

Deixando de lado a trama principal da investigação de um assassinato percebemos algo interessante nesta sociedade terrestre do futuro onde a humanidade vive em cidades redomas e as pessoas não tem contato direto com a atmosfera. A simples idéia de uma exposição ao ar livre se transforma em uma fobia. Nesta época, além da Terra, há outros 50 planetas que foram colonizados séculos antes pelos terráqueos. Agora o povo da terra sente ódio dos espaciais (habitantes dos 50 mundos), talvez por inveja de seus mundos melhores ou pela ingratidão dos mesmos em não permite mais a imigração dos terrestres. Os espaciais por sua vez sentem nojo e repulsa pelo povo da Terra, tendo o argumento que estes são cheios de doenças e podem contaminar seus mundos, o que é verdade pois eles perderam a imunidade às doenças terrestres a muito tempo. Mas sua repulsa vem de sua superioridade, menosprezando os mais fracos e esquecendo suas origens.

Na época em que Asimov escreveu este livro (1957) a população mundial era de aproximadamente 2,5 bilhões. Na história de "Caça aos Robos", muitos séculos a frente de nosso tempo, Asimov estimava a população mundial em 8 bilhões. Atualmente somos 6,5 bilhões e os 8 bilhões imaginados por Asimov estimasse que será alcançado em 2025. Acho que estamos bem adiantados.

Com este breve panorama deste mundo Asimoviano tento traçar uma correlação com nossa sociedade atualmente. Será que vivemos em Cavernas de Aço como o título original em inglês sugestiona? É claro que não mas infelizmente vivemos em Cavernas Virtuais e possuímos um preconceito como o dos espaciais.

É com uma certa frequência que ouço muitas pessoas compartilharem com certo orgulho a quantidade de amigos que possuem no orkut, facebook e afins. Se gabam que conseguem "falar" com "tantas" pessoas ao mesmo tempo no MSN. Não estou aqui dizendo que estas ferramentas não são úteis, pelo contrário, as utilizo de forma a aumentar meu desempenho em algumas atividades. O que quero dizer é que as pessoas estão se isolando fisicamente com a falsa auto justificação que neste mundo globalizado precisamos ter contatos pelo mundo afora. Concordo, mas desde que isto não o isole. As redomas virtuais estão se tornando cavernas virtuais, onde a fobia pelo contato social começa a aumentar em proporções .

Nestes 4 dias de carnaval os jovens da minha Igreja foram acampar. Na terça-feira quando fui buscar minha filha e ao ver as sorridentes e cansadas jovens descerem do ônibus uma moça amiga minha responde a minha pergunta de como foi o acampamento desta forma: "Foi uma experiência interessante ficar 4 dias sem internet." Eu espera qualquer resposta, menos esta.

E para terminar, e tratando apenas de uma faceta, vejo o preconceito tecnológico. Quantos mega pixels tem sua máquina? Qual a geração do seu celular? Qual a velocidade da sua banda larga? Qual seu processador? De quanto é seu HD? Só isto... o meu é bem melhor...